Saturday 24 September 2011

Cabelo, cabeleira, cabeluda...


Se você está preocupado(a) em como cuidar de suas preciosas madeixas em terras congeladas, confesso que os serviços de cabeleireiro aqui não são muito baratos. Mas não se preocupe, dificilmente você vai ficar deprimido(a) devido a um corte de cabelo mal feito. A maioria dos profissionais daqui estudou bastante para se tornarem cabeleireiros, e fazem isso por amor.


Da primeira vez que cortei o cabelo aqui em Montreal eu recorri ao "Cabeleireiro Amigo", um conhecido brasileiro que fez um precinho camarada e sabia exatamente o que eu queria. Mas depois (quando não consegui contactar o cabeleireiro amigo) resolvi dar uma chance aos profissionais daqui. Fui num salão bastante famoso no boulevard St. Laurent chamado Coupe Bizarre. Quando entrei no local pela primeira vez me assustei com as pessoas que trabalham lá. Achei todos os cabelos muito modernos para o meu gosto, mas resolvi dar uma chance e ver o que eles iriam me sugerir. Para minha surpresa o corte ficou maravilhoso. Custou caro, sim, mas eles souberam adaptar o corte ao meu tipo de cabelo e formato do rosto (para quem está curioso sobre o quanto custou - $42 sem a gorjeta, porque eu tenho desconto de estudante).


Desde então, já cortei o cabelo lá várias vezes e com várias pessoas diferentes. Não me arrependi nenhuma das vezes. Sempre saí satisfeita, com o cabelo cortado, lavado e escovado (ou enrolado). Da última vez cortei o cabelo com a Anne, uma quebecoise magrelinha, com o cabelo moicano, e que, segundo ela, só sabe cozinhar salada. Recomendo demais e com certeza voltarei.


Para quem pinta o cabelo realmente não sei o quanto custa, mas se eu pintasse o meu cabelo que precisasse de um trabalho mais profissional, com certeza eu faria lá.

Friday 9 September 2011

Communauto

Taí um negócio que NUNCA daria certo no Brasil. Recentemente fizemos um plano com esse sistema de compartilhamento de carros.


Como funciona?


Trata-se de uma ótima opção para quem não quer ter carro, mas que eventualmente precisa de um para fazer pequenas coisas, como ir no Costco (para comprar muita coisa) ou na Ikea, por exemplo.


Para ter acesso ao sistema é preciso fazer um plano anual, que varia de valor dependendo do quanto você acha que vai usar os carros. Existem três tipos, A, B ou C, e cada um desses planos atrela valores diferentes ao aluguel.


Existem várias estações espalhadas pela cidade, com carros disponíveis para aluguel. Se você precisa de um, você pode, por telefone, ou pela internet, ver a disponibilidade de carros nas estações próximas à sua casa, ou nas suas estações preferidas, e reservar para o período que você pretende usar. A tarifa é cobrada por hora (ou por dia, dependendo da sua necessidade) e por quilômetro. Eles possuem também tarifas para longas distâncias para quem quer fazer viagem mais longas (Tabela com preços).


Quando você faz o plano do Communauto eles te mandam uma chave mestre que abre as caixinhas pretas. Na hora de pegar o carro, você vai até a estação em questão e procura pela caixinha preta. Dentro dela estão as chaves de todos os veículos communauto na estação, com chaveiros contendo os números de identificação de cada carro.


Em cada carro existe um bloquinho em que a gente escreve o número do veículo, a quilometragem que o carro estava quando você saiu e a quilometragem de quando você voltou.


Pronto. Só isso. Não precisa falar com ninguém, nem colocar gasolina. Se precisar colocar gasolina, é só pegar a nota fiscal que eles descontam do valor final do aluguel. Todo mês a gente recebe uma fatura com o total usado no mês.


A gente está viciado nesse sistema, e o que mais me impressiona é que só funciona por causa da confiança. Recomendo muito mesmo! E para os empreendedores do Brasil, se quiserem tentar levar a idéia para aí, boa sorte!

Sunday 28 August 2011

Você percebe que se adaptou quando...

1. Não precisa mais de GPS para dirigir pela cidade.

2. As pessoas te param pedindo informação em Francês e em Inglês no mesmo dia e você não tem problema com isso.

3. Você ficou triste com a morte do Jack Layton.

4. Você vai para Oka beach e fica feliz de estar na "praia" mesmo não tendo água-de-coco.

5. Uma festinha com amigos reúne pelo menos 5 nacionalidades diferentes e ninguém é gringo.

6. Os pedintes de perto da sua casa te conhecem e trocam brincadeiras com você sempre que te vêem.

7. Bicicleta é um meio de transporte levado a sério.

8. Você  não liga de sair desarrumado na rua.

9. Toda a sua maquiagem é da MAC (para as meninas).

10. Picnic e churrasco no verão são suas atividades preferidas.

Sunday 12 June 2011

Era uma vez 3 verões...

Hoje estamos comemorando exatamente 2 anos de Canadá. :D


Mas esse post é pra falar mesmo sobre o verão montrealense. Todos que pensam em vir visitar a gente sempre falam que querem vir no inverno, mas a gente sempre insiste para vir no verão por uma razão muito simples: O verão daqui é inesquecível! Sim, o calor é infernal como você jamais pensou poder existir, mas o verão de Montreal é super divertido. Não estamos oficialmente no verão ainda, mas basta o primeiro raio de sol num dia de primavera de 38 graus para se declarar a chegada do verão.


Quando chegamos aqui há dois anos atrás não deu para sentir o impacto dessa estação na vida dos canadenses. Tínhamos acabado de chegar e  estávamos preocupados demais resolvendo os pepinos dos primeiros meses como imigrantes.


No nosso segundo verão já pudemos aproveitar melhor tudo o que a cidade tinha para oferecer, e foi muito muito bom. Fizemos memórias para o resto das nossas vidas, andamos de bicicleta, fomos no mercado Atwater, festival de jazz, Francofolie, Old Port, aproveitamos bastante tudo o que podíamos dessa cidade maravilhosa (me desculpe o Rio por pegar emprestado o adjetivo).


Hoje foi o grande premio de Montreal e estávamos lembrando da mesma época no ano passado, quando fomos para a ilha onde a corrida acontece e voltamos de bicicleta pelo canal Lachine com a prima Patrícia. Foi um dia maravilhoso. Hoje infelizmente choveu como eu nunca tinha visto chover por aqui, mas a lembrança do ano anterior ficou.


Agora o terceiro verão se aproxima e finalmente alguns familiares virão nos visitar! Temos tantos planos e tão pouco tempo... Essa época em que a cidade exala felicidade eu fico com muito mais saudades de todos que estão no Brasil. Queria poder viver isso com todos e fazer memórias que vão me acompanhar sempre.


E para terminar abruptamente esse post que não falou muito sobre nada, queria desejar feliz dia dos namorados para os que ainda comemoram hoje!

Thursday 19 May 2011

Conversa de metrô...

Voltando do laboratório hoje de tarde, eis que sento do lado de uma menino, no auge dos seus 4 anos de idade, numa conversa muito séria com sua mãe:


Menino: "Mãe, hoje eu me dei conta que eu sou muito sortudo."


Mãe: "Eu sei que você é sortudo meu filho, mas o que fez você descobrir isso?"


Menino: "A professora falou que em alguns países subdesenvolvidos - imagine uma criança de 4 anos tentando falar isso para ter noção da fofura - existem crianças da minha idade que não podem ir a escola brincar com outras crianças. Muitas delas têm que trabalhar em fábricas, fazendas ou pedir esmola para poder ter comida em casa..."


Mãe: "É verdade, filho."


Menino: "Mãe, a gente tem dinheiro e por isso eu vou a escola todo dia, certo?"


Mãe: "Sim, eu e o seu pai trabalhamos bastante para que você e seu irmão tenham tudo o que uma criança precisa..."


Menino: "Então, eu tenho um plano! Um plano muito bom. Deixa eu te falar... A gente pode ajudar essas crianças. Muita coisa que a gente compra a gente não precisa!! Eu não preciso de xampu! Sabonete é o suficiente. A gente pode trazer pelo menos umas duas crianças para morar naquele quarto do computador do papai, e elas vão poder estudar. A gente dá comida pra elas. Todo dia sobra comida na janta, sabia??"


Hauhauhuahuah!! Eu tive que sair do metrô nessa hora, mas a única parte dessa conversa em que dá para identificar que é uma criança de 4 anos falando é quando ele fala que não precisa de xampu para viver. Fico me perguntando se a mãe dele resolveu seguir o plano dele... Tomara que sim!

Saturday 26 February 2011

1 ano e 9 meses de Canadá

Já tem 3 meses que o Márcio falou que ia escrever as impressões dele depois de 1 ano e meio de Canadá. Como isso não aconteceu eu resolvi roubar o tema dele e escrever eu mesma o post.


Depois de 1 ano e 9 meses de Canadá eu sinto como se sempre tivesse vivido aqui. A cidade já me é familiar de tal forma que já me acostumei com a paisagem que antes me tirava o fôlego quando saía na rua. Claro que de vez em quando ainda paro um pouco para admirar um determinado momento, mas a rotina e a correria já tomaram conta dos nossos dias.


Ao mesmo tempo, parece que foi ontem que vimos nossos amigos e familiares pela última vez. Sempre que alguma coisa engraçada acontece, a gente comenta o que algum deles iria achar, sempre rimos das histórias clássicas que já aconteceram com a gente, continuamos vivendo como se todos estivessem sempre ao nosso redor. Outro dia tivemos uma crise de riso porque eu queria "cortar o cano" aqui (piada baseada numa história clássica da minha mãe), já querendo empacotar tudo para a mudança que só iria acontecer em 2 semanas no mínimo... A distância é muito boa para que a gente descubra quem são os amigos verdadeiros que a gente tem na vida! Temos muita sorte de ter amigos que mesmo com a distância continuam presente no nosso dia a dia. Mas nós também fizemos bons amigos e já temos algumas histórias para rir com os que estão por aqui também, principalmente depois da nossa mudança.


Acho que passamos a ter uma vida mais saudável desde que chegamos. Ir andando para todo lugar ajuda bastante! Além disso, os vegetais e verduras são tão lindos que dá gosto de fazer e de comer uma salada. Ainda não estamos no ponto ideal porque os queijos e pizzas e pães não ajudam, mas com certeza estamos nos exercitando muito mais. A cidade segura e o transporte público funcionando ajudam bastante nesse aspecto. Não ter que se estressar com o trânsito todo dia é realmente uma benção. É claro que todo mês eu me estresso bastante com a linha laranja do metrô, mas nem se compara com a tensão dos motoristas daqui.


O que eu ainda não consegui me acostumar foi com o eterno problema de Quebéc com a influência da língua inglesa, especialmente em Montreal. Parece que o maior problema social daqui é o fato de que o Inglês está "matando" o Francês. A razão pela qual eu quase não falo Francês por aqui é justamente porque os francófonos não têm paciência de tentar entender uma pessoa que não fala bem a língua e imediatamente mudam a conversa para o Inglês. A gente saiu do Brasil com toda a boa vontade de falar Francês e quando a gente chegou aqui parece que essa atitude do governo e das pessoas fez com que a gente acabasse perdendo completamente o interesse. Eu entendo até bem quando alguém fala comigo, mas quase nunca preciso falar outra língua que não o bom e velho Inglês. "C'est domage!"


Quanto às pessoas acho que a cidade é realmente muito multicultural. No ônibus que eu pego todo dia de manhã eu ouço pessoas falando Chinês, Tailandês, Espanhol, Árabe, Francês e Inglês. Impressionante como tem imigrante por aqui! Sabe a sensação que você tem quando vê um estrangeiro no Brasil? Aqui você tem essa sensação quando ouve alguém falando Português em algum lugar. Imediatamente você consegue identificar a pessoa não importa onde esteja. Inconscientemente sua atenção se volta para a conversa ou situação. Não é por maldade, é simplesmente a reação natural que a gente tem de procurar algo familiar quando tudo é estranho, ou, no caso do Brasil, de procurar algo estranho quando tudo é familiar.


Enfim, acho que não tenho mais o que dizer sobre esse 1 ano e 9 meses (ou não estou lembrando tudo o que eu queria escrever). Em resumo, estamos com saudades da parte boa do Brasil e aproveitando a parte boa do que há por aqui. O Márcio pode editar o que eu escrevi e adicionar a opinião dele por aqui depois.


Friday 28 January 2011

Procura de apartamento

Bem, a procura de apartamento é uma das tarefas que todos temos que passar assim que chegamos por aqui. Depois de quase dois anos num estúdio nós finalmente iremos para um lugar com paredes! Isso me lembrou que um assunto útil para quem está chegando é como encontrar o apartamento perfeito para você em Montreal. Realmente não é fácil se acostumar com os termos usados por aqui nos anúncios de aluguel. O que seria um bachelor, um 3 e 1/2, balcony, etc. Então resolvi fazer um guia rápido de procura de apartamento em Montreal.


1. A primeira coisa que você deve fazer é definir o seu perímetro (em que bairro, ou região você prefere morar) e o seu orçamento (quanto você quer gastar). Dessa forma você já filtra a maior parte dos anúncios que não te interessam. Aqui você tem que ponderar o que é melhor pra você. Aluguéis no centro são bem mais caros do que em bairros mais distantes. O mesmo preço que se paga por um 3 e 1/2 no centro daria para alugar um 5 e 1/2 em CDN ou NDG.


2. Começar as procuras pelos sites de anúncios gratuitos. O Craigslist e o Kijiji são os melhores, na minha opinião. Os jornais também são boas fontes, mas eles não têm muitas informações sobre os apartamentos, e você acaba perdendo mais tempo telefonando para o anunciante. Fique atento aos anúncios "HUGE stúdio", "in the heart of downtown", "RENOVATED 3 e 1/2", etc. Preste atenção na descrição e não só nos títutlos. Já vi um anúncio que dizia ser "In the heart of downtown" e que era em algum lugar depois da estação Côte Vertu.


3. O que significam os números? O 1/2 depois do número é o banheiro, que geralmente é único na casa. O número inteiro que antecede é o número de vãos na casa sem contar o banheiro. Um 3 e 1/2 por exemplo significa: 1 sala + 1 cozinha + 1 quarto + 1 banheiro. Mas não se deixe enganar, nem sempre um 4 e 1/2 tem um quarto a mais. Às vezes eles consideram uma sala dupla como dois vãos, quando deveria ser só um.


4. Atenção para o que está incluso no aluguel. Isso faz toda a diferença. Geralmente o aluguel já inclui energia e água quente, mas nem sempre. A conta de energia pode ser uma grande surpresa no inverno. Leve isso em consideração ao comparar os preços de um apartamento em que tudo está incluido no preço e um outro em que você tem que pagar separado.


5. Quais eletrodomésticos estão inclusos no aluguel? Geralmente o apartamento vem com geladeira e fogão. Mas às vezes não vem com nada e você você vai ter que gastar um bom dinheiro logo no começo. Às vezes o apartamento vem com outros eletrodomésticos, como máquina de lavar louça, máquina de lavar e de secar roupa. Sua vida pode ficar muito mais fácil se você consegue um apartamento com os 5.


6. Se o apartamento não tem máquina de lavar e de secar roupa, procure saber se existe uma lavanderia no prédio. Acredite, levar a roupa suja para lavar numa lavanderia durante o inverno não é tarefa fácil.


7. Esteja preparado para ter que tirar a neve da escada se o apartamento que você alugou for de um condo. Condo é aquele prédio clássico de 3 andares, com revestimento de pedra ou tijolinhos vermelho/marrom, muito comum aqui em Montreal. Se o apartamento estiver num condo, pergunte ao landlord de quem é a responsabilidade de tirar a neve. Às vezes o landlord tira a neve da escada e da calçada, mas acontece de isso ser responsabilidade de quem aluga. Se for, prepare-se para acordar mais cedo no inverno.


8. Quando for olhar um apartamento, lembre de perguntar se é você quem regula o aquecimento. Já vi vários casos em que o landlord regula o aquecimento do prédio todo. E às vezes fica muito frio ou muito quente para os moradores.


9. Em dicas gerais do que fazer quando for olhar um apartamento, olhe todos os armários, abra a geladeira, cheque tudo direitinho. Procure por infiltrações nas paredes, principalmente se você estiver no último andar de um condo. Veja se o banheiro tem exaustor - os banheiros não costumam ter janelas aqui. Não esqueça de que é normal negociar o valor do aluguel quando você está sublocando ou alugando de um landlord, e não de uma empresa. Se você acha que o preço está salgado, converse com o landlord. Pode ser que vocês consigam chegar a um acordo. Claro, não abuse da paciência alheia, e não tente passar a perna em ninguém. As pessoas aqui são boas, mas elas têm pavio curto.


Bom, acho que foi tudo. Vamos ver como vai ser nossa mudança. Quem sabe o próximo post não será: Como fazer sua mudança em Montreal? Heheheheh! Uma coisa é certa, você tem que ter alguns amigos para ajudar...


 


 

Saturday 15 January 2011

Pós-férias no Brasil e o começo de ano

Eita, faz tempo que ninguém posta aqui. O Márcio criou o blog de shows dele e acabou esquecendo desse blog, e eu estava muito ocupada trabalhando e preparando as coisas para as nossas férias no Brasil... De qualquer forma, depois de um tempo eu acho que a gente fica meio sem saber o que escrever por aqui. Depois que a gente se acostuma e adquire uma rotina, parece que nada mais é novidade: o inverno, as pessoas, a cidade, o sistema de transporte, as comidas... Mas eu vou tentar postar alguma coisa de vez em quando, nem que seja pra falar besteira mesmo.


Bom, em novembro fomos de volta ao Brasil de férias, pela primeira vez depois de 1 ano e meio de Canadá. Como todo mundo perguntou o que a gente sentiu nessa viagem, resolvi fazer um post. Quanto a mim, senti que foi muito estranho. Assim que chegamos, eu achei muito estranho falar Português com os desconhecidos. A gente comeu uma pizza no aeroporto de São Paulo e eu não conseguia me concentrar com as conversas de fundo em Português. Como isso acontece raramente por aqui, o seu ouvido aprende a filtrar as conversas - uma única palavra conhecida é capaz de prender sua atenção para o grupo de brasileiros na outra ponta do restaurante, ou no meio da rua, ou no cinema...


Assim que chegamos em Fortaleza, eu me senti deprimida por alguns dias. Não sei dizer o porquê. Acho que senti como se tivesse voltado no tempo e que iria ficar no Brasil pra sempre. Mas isso foi só nos primeiros dias. Depois que passei mais tempo com a família e com os amigos, eu tinha vontade de chorar sempre que pensava no dia de ir embora. A saudade parece que aumenta. A gente viu todo mundo bem, os amigos casando, tendo filhos, todo mundo feliz... Dá vontade de ficar no meio desse círculo de felicidade para sempre.


Outro fato estranho é que andamos muito mais tranquilos pelas ruas do que quando morávamos lá. Claro que sabemos que foi sorte nada ter acontecido com a gente, mas nunca pensei em andar tão tranquila pelas ruas da cidade...


Quando encontramos nossos amigos, pareceu que a gente tinha se visto pela última vez no final de semana passado. Nada mudou. Foi tão bom...


Em relação ao dinheiro, os preços aumentaram absurdamente de 1 ano e meio pra cá. Qualquer conta num restaurante dava praticamente o dobro do que a gente gastava antes.


Quanto à cidade, as ruas estavam muito bem pavimentadas, até melhor do que Montreal. Me disseram que foi porque chegamos bem depois das eleições. Em geral, a cidade não mudou muito. Só achei bizarro que os "Bom de Vera" sumiram e os "iByte" e empresas de frozen yogourt dominaram a cidade.


A volta para Montreal foi horrível. Para aqueles que reclamaram que eu não chorei com as despedidas quando viemos pra cá, dessa vez eu chorei demais. Gosto nem de lembrar. Ai, ai... Acho que da próxima vez, vou precisar de pelo menos uns 3 meses para enjoar desse povo que a gente deixou pelo Brasil, viu? Minha meta para depois que acabar o doutorado é procurar esse emprego que pague bem e que me dê esses 3 meses de férias. Tomara que eu encontre! :)


Quanto ao começo de ano, está sendo bem complicado. Não sei onde eu tava com a cabeça quando eu inventei essa história de doutorado... Mudando de assunto, descobrimos que o nosso esporte de inverno é a patinação artística. Compramos nossos patins e estamos colocando eles em uso sempre que possível. Impressionante como quando você vê as pessoas patinando, na sua mente vem a idéia de que é muito fácil. Ah, bobinho(a)! É muito difícil! Sempre que a gente passa muito tempo sem ir parece que é a primeira vez de novo. Mas é muito divertido também! Recomendo demais.



Inaugurando os nossos patins