Tuesday 25 August 2009

Festivais e verão

[caption id="" align="aligncenter" width="361" caption="Festival de Jazz de Montréal"]Jazz Festival[/caption]

Olá, caros amigos! Novamente ficamos um bom tempo sem postar. Nos desculpem pela demora. Temos estado bem ocupados. O estágio da Tuana finalmente começou e nas últimas semanas eu tenho trabalhado direto, então ficou meio complicado pra atualizarmos o blog. Calma, eu ainda não consegui emprego, é demorado mesmo (mais do que eu gostaria). Mas se você não está empregado, então procurar emprego deve ser seu full-time job! Todo dia eu procuro cumprir o expediente na busca por vagas ou na preparação para as entrevistas. É uma rotina cansativa, pois procurar emprego aqui dá bastante trabalho e não é fácil. Mas não vamos falar muito de trabalho agora não, deixemos isso pra um futuro post mais detalhado. A Tuana já fez um resumo de como isso funcioina por aqui. Vamos falar dos festivais e do verão dessa cidade.

Montreal é conhecida por seus eventos culturais, festas, festivais, restaurantes e atrações turísticas. Não falta coisa pra fazer e tem muitas atrações gratuitas. Entre o final de junho e meados de julho aconteceu o famoso Festival de Jazz de Montreal, que pra nossa felicidade, ficava a uns 3 quarteirões daqui de casa. Tinha vários palcos com shows gratuitos, muitas bandas daqui e de fora, inclusive gente grande como Stevie Wonder e Ben Harper. O primeiro fez o show de abertura e o segundo fez o encerramento do festival.

Outra apresentação memorável e muito especial pra mim, foi o show do Stu Hamm, um baixista que toca há décadas com o mestre Joe Satriani e começou tocando com o Steve Vai. Ou seja, desde moleque eu ouço esse cara dominar o contra-baixo enquanto acompanha os maiores feras da guitarra e, de repente ele estava ali, num palco pequeno, só ele e o seu baixo, tocando e contando histórias pra uma platéia pequena, bem na minha frente.

Esse show aconteceu num pavilhão do festival dedicado a instrumentos musicais. Todo dia tinha aulas gratuitas de violão, percurssão, apresentações de fabricantes como a Roland e sua linha de instrumentos "virtuais" e shows de músicos patrocinados pelos fabricantes de instrumentos. Nesse mesmo local assistimos a uma palestra excelente do Robert Godin, luthier fundador da marca de guitarras Godin (daqui do Quebec). Também teve uma feira de exposição com as principais lojas de instrumentos musicais da cidade e vários fabricantes, onde era possível experimentar os mais diversos equipamentos e instrumentos e tirar dúvidas com especialistas. Tudo isso sem precisar gastar nem um centavo. Veio bem a calhar pra um casal de imigrantes recém-chegados e semi-desempregados que adora música. :)

Ah, não posso esquecer de comentar que praticamente em todos os dias em que fomos lá pro festival, ouvimos alguma coisa de música brasileira. Ou era algum conterrâneo nosso se apresentando mesmo, ou eram bandas daqui tocando clássicos da nossa música ou mostrando a inegável influência da música brasileira no som mundial. Até o Stu Hamm citou Aquarela do Brasil e improvisou um sambinha no final de uma música dele.

[caption id="attachment_157" align="aligncenter" width="500" caption="Stu Hamm no Festival de Jazz"]Stu Hamm no Festival de Jazz[/caption]

O festival de Jazz acabou, mas a cidade não pára. Nessa época tem vários festivais. De tudo o que você possa imaginar: música, humor,  países (teve um da Grécia nesse último final de semana), música francófona, cinema, cultura africana, etc. Ontem vi a propaganda de um festival de mágica que está por vir.

No Francofolies, festival de música francófona, vimos por sugestão da prima do Molanda o show de um grupo vocal que nos deixou impressionados, o Chic Gamine. São 4 garotas que cantam incrivelmente bem, cada uma com sua própria identidade vocal, e mais um canadense/brasileiro na percurssão e vocais em algumas músicas. Pra mim isso foi um achado no meio da música francófona (a qual não costuma me agradar muito). Se bem que muitas músicas delas são em inglês, algumas em espanhol e uma em português. Essa salada toda representa bem a variedade cultural que a gente vê por aqui.

Por mais de dois meses tivemos também o L'International des Feux Loto-Québec, uma competição itnernacional de fogos de artifício que ocorreu todas as noites de sábado na mesma ilha onde fica o autódromo que sediava as corridas de Fórmula 1 (estão prometendo a volta do GP de Montreal para 2010!). Nosso apartamento fica num andar bem alto e tem uma vista privilegiada da cidade, inclusive dessa queima de fogos. Então desde que o alugamos, todo sábado tínhamos um reveillon particular na nossa janela por 30 minutos seguidos. Ótimo pra juntar os poucos amigos que temos aqui pra jantar e jogar conversa fora.

Pra quem quer aproveitar a natureza ou curtir um programa com mais tranquilidade, a cidade oferece inúmeros parques, com muita área verde, lagos, espaço pra praticar esportes, correr, andar de bicicleta, passear com o cachorro, fazer piquenique ou simplesmente relaxar e aproveitar o verão. Temos ido ao parque Lafontaine, que fica próximo de casa e é bem agradável. Ainda falta uma visita ao obrigatório Parc Mont-Royal, que deu nome à cidade e tem a melhor vista de todas. Nós já conhecemos uma parte dele nos nossos primeiros dias aqui, mas não fomos no mirante principal, de onde dá pra ver o centro da cidade.

Falando em parques e atividade física, uma coisa que eu adoro aqui são as Bixis.  É um sistema de aluguel de bicicletas que possui inúmeras estações espalhadas pela cidade. Você pega uma bike numa estação e devolve em outra. Por $5 você tem acesso durante 24h ao sistema, podendo ficar com uma Bixi por até 30 minutos de cada vez. É bem interessante para quem quer um meio de transporte ecologicamente correto ou simplesmente uma bike para passear pela cidade. Esse sistema está fazendo sucesso e Montreal vai exportá-lo para Londres e Boston.

Em meio ao dia-a-dia agitado de trabalho, procura por emprego, estudos, afazeres domésticos, etc., estamos aproveitando devagarzinho o que a cidade tem pra oferecer. Não precisa ter pressa, pois tem coisa suficiente pra passar um ano inteiro se divertindo sem se entediar e sem gastar muito, se você souber aproveitar as oportunidades.

6 comments:

  1. Márcio e Tuana... Finalmente notícias hein!
    Se tem uma coisa que acho massa no Canadá, é esse lado cultural forte...Sabem que aqui em Fortaleza as opções eram quase zero!

    Quanto ao emprego, espero que ache logo! Mas não se preocupe muito... Ainda está dentro do esperado né?

    Abraços

    ReplyDelete
  2. Fala, Carlos!

    Essa parte cultural é bem legal por aqui sim. Não sei se é tão boa em outras cidades, nas menores certamente não é. Mas pelo menos na parte turística eles parecem vender bem o peixe no Canadá inteiro. Eu solicitei guias e panfletos turísticos de todos os lugares daqui que encontrei (eles mandam de graça) e tem atrações até lá pro norte, onde a gente imagina que seja o fim-do-mundo.

    Quanto ao emprego, sim, ainda está dentro do esperado. Mas é um processo bem cansativo e dá um certo desespero quando você vê as suas suadas economias indo embora tão rápido. Mas isso faz parte do jogo mesmo. Tem que vir preparado.

    Abração,

    Márcio

    ReplyDelete
  3. nossa! q legal! agora ta me dando mais vontade de ir para canadá!!! tenho que conhecer a cidade. esses eventos na cidade são muito bom! quais foram as bandas brasileira que foram? quem dera que tivesse eventos desse jeito por aqui... ai deve ser bem calmo... parques e praças... adoraria morar em cantos assim... esse sistema de bke deve ser ótimo! aproveita aos poucos que voces apreciam tudo direitinho. ainda ta fazendo muito frio ai?
    continuem postando mai... é muito legal ler sobre /o/

    ReplyDelete
  4. Fala, Bruno! Não vieram bandas brasileiras muito conhecidas não. Como o festival é muito grande e tem shows simultâneos em vários palcos, a quantidade de gente se apresentando é enorme. Então tem desde grandes nomes da música mundial como bandas locais que ainda estão começando. Uma dessas desconhecidas que vimos e gostamos muito se chamada People Project e tem integrantes canadenses e mexicanos, com descarada influência de música brasileira (algumas musicas parecem plágio de Lenine e Paulinho Moska, não sei se eram cover mesmo). Você pode procurar pela página deles no MySpace se quiser ter uma idéia do som.

    Quanto a ser calmo por aqui, bem, é muito calmo quanto a violência se compararmos com as grandes cidades do Brasil. Mas isso não quer dizer que aqui não tenha crimes. Tem sim, mas são consideravelmente em muito menor quantidade e em geral menos graves. Então dá pra andar bem tranquilo pelas ruas, só não pode ser descuidado. Rouba-se muitas bicicletas por aqui (por isso gosto das Bixis, depois que você devolve não é mais problema seu), quebram janelas de carros pra roubar aparelhos de som e GPS, roubam carteiras se você der bobeira... Mas é ridiculamente mais tranquilo do que no Brasil. Os ladrões daqui não são tão violentos, eles costumam ser mais oportunistas. E enquanto morrem umas 20 pessoas nuns poucos dias de guerra entre traficantes no Rio de Janeiro ou numa dessas chacinas, demora mais de meio ano pra acontecerem 20 assassinatos em Montreal, sendo que boa parte desses são crimes passionais ou coisas do tipo.

    Então é isso. Montreal é massa demais, mas também não é perfeito. Pra mim que estava acostumado com Fortaleza, aqui é um paraíso em muitos aspectos. Mas pra uns amigos nossos que moraram em Victoria, uma cidade mais tranquila no outro lado do Canadá, Montreal já não é tão boa assim.

    Abraços e continue lendo que a gente demora mas escreve. :)

    ReplyDelete
  5. Rapaz ! Que inveja ! Eu sou guitarrista, fã Vai e do Satriani. Estou doido para chegar a primavera de 2010 para ver isso aí que estás contando pessoalmente.

    ReplyDelete
  6. Fala, Alexei!
    Eu não sabia que tu também era guitarrista, cara. Que legal! Você vai adorar essa cidade. Tem músicos excelentes por aqui e a cidade está na rota dos grandes shows mundiais.

    Abraços!

    ReplyDelete