Tuesday 8 June 2010

Preparando o currículo (ou résumé)

Vamos lá, faz tempo que estou devendo alguns posts sobre busca de emprego. Depois de traçar a sua estratégia de job-search, começar a se informar sobre o mercado de trabalho da sua área no seu futuro lar e buscar vagas compatíveis com o seu perfil, é hora de preparar seu currículo para se candidatar a estas vagas.

Os currículos no Canadá costumam ser bem mais resumidos que os do Brasil. Lá na nossa terra eles costumam apresentar todos os cursos que fizemos, da nossa área e de outras como os de idiomas; todos os empregos pelos quais passamos e muitos detalhes sobre cada item. Quem andou pelo mundo acadêmico então, está acostumado a colocar no Currículo Lattes até os números das páginas dos periódicos onde suas publicações apareceram.  Aqui no Canadá trate de esquecer todos esses detalhes e ponha seu poder de síntese em prática. Canadense gosta de currículo curto e objetivo. Se está grande e dando trabalho pra ler, vai direto pra lixeira em questão de segundos. Dizem que o bom são duas ou três páginas no máximo. Na verdade este documento deve ser um resumo (résumé) da sua carreira e não um relatório detalhado dela.

Também é importante preparar o résumé de acordo com a vaga de emprego para a qual você vai enviá-lo. Isso é estranho pra nós que costumamos ter um currículo apenas e enviá-lo para todas as vagas que nos interessam. Aqui eles preferem que você faça uma versão para cada vaga (ou cada tipo de vaga), ressaltando sua experiência, formação e habilidades para cada caso. Ao meu ver, isto deve ser feito por dois motivos principais: primeiro porque as empresas encaram isto como uma atitude de respeito perante eles, já que um résumé voltado para a vaga mostra que você se deu o trabalho de personalisa-lo para aquela oportunidade específica, para aquela empresa, deixando claro tudo o que é relevante e facilitando o trabalho deles. Mostra que você faz o seu dever de casa. E é fácil de perceber isto ao ler o documento. Um résumé genérico do tipo "one-size-fits-all" tem todo o potencial para ser ignorado, por mais brilhante que seja o candidato. O outro motivo é que muitas vezes a primeira triagem que sua candidatura vai sofrer não será feita pelos recrutadores do RH, mas sim por algum software que vai procurar naquele monte de résumés recebidos os que apresentem algumas características e palavras-chave relevantes pra vaga em questão. Por isso é bom adaptar a linguagem usada no seu texto para aquela presente na oferta de emprego. Não adianta se contentar com um sinônimo, pois o software pode ignorá-lo. Por exemplo, se a vaga pede experiência em "J2EE", não diga no seu résumé apenas que você trabalhou com "Enterprise Java". Pode até deixar este termo, mas trate de incluir "J2EE" em algum lugar.

Pra que este post não vire um monstro gigante parecido com o nosso Curriculum Vitae, vou parando por aqui, tentando deixá-lo mais para um résumé. Baseado no que eu li sobre o assunto e nas dicas que recebi aqui por Montreal, deixo um possível modelo para résumé no link seguinte: resume_template Use por sua própria conta e risco. Não aceito processos por danos causados à sua carreira. :-P

Good luck!

3 comments:

  1. Leonardo Ruoso9 June 2010 at 05:01

    Bem, a única coisa é que todas as dicas que você deu são comuns aqui no Brasil. Currículos duas páginas são a regra para pessoas experientes, de uma página para pessoas menos experientes ou cargos operacionais.

    Realmente o Currículo Lattes é diferente e não se presta a ser um currículo profissional, pois sua preocupação é para com os itens que implicam em pontos em processos seletivos para bolsas, projetos, empregos. Isso vale no Brasil. Ninguém usa o Lattes para envio de currículo para vagas de emprego.

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  2. marciomesquita9 June 2010 at 05:29

    No Brasil eu não tive tanta experiência com currículos para o mercado. Eu precisei usar muito o Lattes (iniciação científica, mestrado, concursos, etc.), mas imagino que o estilo de CV mude um pouco de acordo com a regão e área de atuação.

    O que eu vi em Fortaleza, na área de desenvolvimento de sistemas, foram CVs claramente mais recheados que os daqui. As pessoas geralmente colocavam todos os cursos que fizeram, cursos curtos relacionados à sua área, cursos de línguas, participação em eventos, detalhes dos empregos e coisas do tipo. No final um candidato com alguns anos de experiência acabava ficando com CV de várias páginas. Talvez eu não tenha tido sorte de me deparar com currículos dentro do padrão ou minha experiência com isto esteja um pouco antiga, de quando a moda era ser mais prolixo. :)

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  3. Leonardo Ruoso27 July 2010 at 00:34

    Eu compreendo. O que pode haver de diferente é que fora do Brasil você esteja mais aberto a aprender, esteja ouvindo as recomendações de terceiros. Talvez se aqui tivesse passado por um processo semelhante, teria encontrado o mesmo cenário. Certamente aí também tem muitos currículos não ideais circulando pelo mercado.

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